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  • Foto do escritorEzequiel Berggren

Por que a criadora do spinner não enriqueceu com o brinquedo giratório



O brinquedo que vem girando nas mãos de --literalmente-- todo o mundo foi idealizado no início dos anos 90 por Catherine Hettinger, 62. Mas, até agora, a mulher que vive na Flórida (EUA) não ganhou um centavo com a febre global do spinner, que no Brasil chega a custar R$ 500.

Existem ao menos dois obstáculos que a impediram de enriquecer com a invenção. Primeiro, a patente do "brinquedo giratório" (http://www.freepatentsonline.com/5591062.pdf) foi mantida de 1997 a 2005, quando deixou de pagar a taxa de manutenção (ela fala em US$ 1.100, o equivalente a R$ 3.640). Segundo, mesmo que o pagamento fosse mantido, a patente cairia 20 anos após seu registro, em janeiro de 2017. Justamente o ano em que crianças e adultos do mundo todo aderiram ao brinquedo que gira com o movimento dos dedos.

Há uma terceira questão, esta discutível. Visualmente, o spinner do passado e o do presente são distintos. Mas seguem a mesma proposta e, por isso, Catherine vem ganhando destaque como "inventora do spinner" em importantes veículos da mídia internacional. Questionada pelo UOL se são o mesmo brinquedo, ela explicou que sua patente se baseia naquilo que o produto faz, não com o que se parece. "A área do dedo oferece equilíbrio para ele continuar girando e há um centro de gravidade", explicou, equiparando os produtos.

Seu brinquedo chegou a ser produzido e vendido em pequena escala, mas nunca decolou. Mesmo sem lucrar com o spinner --como hoje fazem os fabricantes chineses--, Catherine afirma estar contente com a popularização da ideia batizada nos anos 90 como "spinning toy".

"Provavelmente fui a pessoa em todo o mundo que menos se surpreendeu [com o sucesso]. Vendi centenas de unidades e hoje vejo o mesmo sorriso que via quando as pessoas giravam o clássico fidget spinner", contou, usando o nome pelo qual o acessório hoje é mais conhecido.

Perguntada se realmente não existe ressentimento no sucesso "tardio" daquela que seria sua criação, reforçou: "Meus amigos sabem como estou feliz por ver essa aceitação [do público]. Fico feliz por muitas pessoas saberem que podem fazer uma pausa no trabalho ou durante momentos estressantes para curtir a vida". E conta que só percebeu a febre em abril deste ano, com tantos adeptos ao brinquedo --no Brasil, algumas bancas chegaram a ter fila de espera para a compra.

Para pegar carona no sucesso, Catherine tenta agora arrecadar US$ 24 mil (cerca de R$ 79,4 mil) em um financiamento coletivo no site Kickstarter (http://zip.net/bgtKJf). O objetivo é relançar a versão "clássica" da invenção, que chegou a ser comercializada na Flórida (EUA) sem muita repercussão. Segundo ela, o projeto incorpora seu conhecimento profissional na área de qualidade de segurança e é bom de manejar. "Muita gente experimentou e adorou", disse em entrevista por e-mail.

Alívio e diversão

Segundo ela, o momento é propício para o spinner porque há muitas notíciasdesencorajadoras sendo divulgadas pela mídia (cita como exemplo a recessão pela qual passaram os EUA). Portanto, as pessoas estão em busca de alívio e diversão. É a mesma linha da explicação registrada na da patente: "Um brinquedo que gira no dedo para diversão de crianças e adultos". O texto escrito nos anos 90 também fala em uma alternativa para fumantes largarem o cigarro, pois terão algo a fazer com as mãos.

O apelo de hoje traz assuntos mais pertinentes com a era atual: uma ferramenta para combater estresse, ansiedade e que pode ajudar aqueles com dificuldade de concentração. "As crianças ficam sete horas sentadas [na escola] e por isso [o spinner] inicia uma revolução para ao menos as deixarem longe de problemas. Nenhum animal fica sentado por tanto tempo e nós também não podemos", diz a apresentação do projeto de financiamento coletivo. A campanha se encerra no dia 18 de junho.

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